sábado, 29 de janeiro de 2011

Black Rose Immortal

[...]

Sobre águas turbulentas as memórias pairam
Infinitamente, procurando por dias e noites
A luz da lua acaricia uma colina solitária
Com a calma de um sussurro

Visto uma alma nua
Um semblante pálido na água fluente
Está frio aqui
A geada marcou meu casaco com o pó

Os olhos que se fixam no teu mudo retrato
Nós falávamos apenas por pensamentos
Juntos nós contemplamos, e esperamos
As horas trouxeram a sede e o sol nascente
[...]
Não vire o rosto em minha direção
Confrontando-me com a minha solidão
Você está numa floresta desconhecida
O pomar secreto
E a tua voz é vasta e acromática
Mas ainda tão preciosa

A canção de ninar da lua crescente te levou
Hipnotizado, seu semblante caleidoscópico
Presentou-te com um olhar vazio
Outra alma dentro do rebanho divino
[...]
Está escurecendo novamente
O anoitecer se move por entre os campos
As árvores noturnas lamentam, como se soubessem
À noite, eu sempre sonho contigo.

Opeth - Black Rose Immortal

Essa é uma letra que quase me deixa n'um profundo transe nostálgico. É impressionante como nossa mente pode reter informações que não desejamos, ou que nem imaginamos que podemos guardar durante tanto tempo. Ouvi essa música e decidi procurar pela letra porque fiquei curiosa e me deparei com uma poesia das mais emocionantes! Cada palavra, cada verso fazem tanto sentido pra mim. Como se a cada dizer eu visse a mim mesma atravessada nestas belas linhas...
Realmente agora parece escurecer e a Lua não está no céu. Mas eu sempre sonho contigo meu amor, até mesmo quando estou acordada e a vida ainda reside em meu olhar... Meus pensamentos estão todos voltados a você, mesmo que você pareça não perceber. Da nostalgia mais recente tiro teus lábios doces e teu olhar encantador. Tiro teu abraço caloroso e teu lindo sorriso lunar. Das lembranças mais frescas eu retiro a tua presença fantasíaca e teu existir tão utópico ainda que real... Presente ainda que distante. Distante ainda que próximo do meu coração. Só não entendo por quê nosso céu escureceu tão bruscamente. E por quê teu riso se encolheu feito a Lua a minguar... Por quê?

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Um novo começo

Um novo começo. Podemos fazer um só nosso. Temos a grande e incrível capacidade de por um fim a coisas que estão pela metade ou que ainda nem começaram, contudo, quando é chegada a hora de recomeçar, estacamos e ficamos com os olhos cheios de vazio ou de indagações que não nos levam a lugar algum. Então, porque não pegamos a mesma capacidade de desperdiçar sonhos e os reciclamos? Sim. Reciclá-los ou montar novas histórias.
Mesmo que não se acredite em contos de fadas ou histórias com finais felizes. Não peço histórias irreais. Apenas acredito que todos têm o direito de sorrir. E qual a melhor maneira de fazermos isso senão reescrever alguns poucos versos ou até mesmo páginas inteiras de nossas vidas? É certo que não podemos voltar ao passado e apagar linhas já escritas, mas podemos sim, criar novas paginas e deixar as antigas e emboloradas para as traças darem um fim. Acredito que recomeçar seja difícil, mas não impossível. Assim, dessa forma, aqui faço um novo começo.
Guardo memórias como guardo meus sonhos. Tristes, felizes, prósperas, sádicas, cômicas ou dramáticas. Memórias são sempre memórias e sendo boas ou ruins não acho justo guardá-las somente pra nós mesmos. Afinal, compartilhar experiências é tão mais fácil do que mastigá-las e digeri-las sozinha, me dá indigestão apenas em pensar nas lembranças densas que passaram e nos parágrafos que deixei por terminar. Esse é um novo começo. Mas nem por isso deixarei os velhos versos soltos largados por aí.
Um novo começo. O meu se escreve aqui.